- Tava lendo Rubem Fonseca, e tinha uma parte que dizia mais ou menos assim: Chicão não estava mais afim de foder, mas assim que Zuleica tirasse à roupa a vontade viria.
- Bacana, que livro é?
-Agosto.
- Ta, mas e daí o que tu quer dizer com isso?
- Que quem tem vontade de trepar é a mulher.
- E é quem manda relação?
- Sim, muito fresco esse cargo, mas sim.
Ela dizia isso aos risos e olhares de ‘rabo-de-olho’. Mordia meus lábios e sabia me enlouquecer aquela diaba, suas mãos agora revistavam o meu corpo e já não mais responderia, mas queria irritá-la, sempre transamos melhor quando ela se irrita, mesmo que minta que a desagradei, sei muito bem que é uma rapariga de boa paz, mas, dita irritada tenho uma vadia silenciosa depois.
- Pois eu não quero.
Tirei-a de cima de mim. Peguei no maço um cigarro e fumei-o recostado na janela. Ela também pegou um, jogou com raiva o maço na escrivaninha e sentou na cama. Tragava longa e rapidamente, fazia beiço. Era inevitável não compará-la a um bugio.
Liguei a vitrola, ela achava charmoso disco de vinil e adorava ouvi-los principalmente Liverpool, permanecia sempre calada, solene ao disco no prato. O silêncio de nós e a música no ar não sabem se a fumaça do cigarro ou as pernas cruzadas e morenas dela me embriagavam.
Ela apagou o cigarro, desligou a vitrola e foi embora. Corri para alcançá-la. Fizemos um sexo ligeiro, no corredor mesmo. Em silêncio.
- Força e Movimento.
- O quê? – perguntou ela, tragando o cigarro que acabava de me tirar das mãos.
- Rubem Fonseca, falando sobre sexo. Em outra passagem de Agosto.
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
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3 comentários:
ashasuahsuashaus amei
cade vc?
rubem fonseca é fodástico. teu texto sobre as fodacidades da vida também é fodástico. parece que a gente escuta até os ruídos =P
beijos, lara queridaaa!
força e movimento, continuo seu leitor encabulado.
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